O adeus a Oliveira Paiva

          O adeus a Manoel de Oliveira Paiva

 

Em setembro de 1892, o irmão J. da Rocha esteve na casa de Oliveira Paiva e descreve seus últimos momentos:

 “Oliveira Paiva, estendido em uma cama de vento, tinha a um dos lados sua veneranda mãe, do outro sua extremosa esposa e sua filhinha, interessante criancinha com quem ele brincava quando os acessos da tosse pertinaz lhe davam lugar. Na cabeceira, pendente da parede, estava a divina imagem de Cristo crucificado, e Oliveira Paiva volvendo os olhos para ela disse-me com a convicção sincera do crente: Aquele é meu pão. As lágrimas, lágrimas de angústia porque sabia ter diante de mim um cadáver, cadáver que só a Providência Divina podia ressuscitar, rolaram-me pelas faces e procurei distração nas conversas banais. Oliveira Paiva disse-me, depois de lhe ter perguntado para que me havia chamado: - Porque não me remete - O Operário? V. sabe que eu gosto de seu jornal, porque não me manda? Li o seu artigo do número último a respeito da Confederação Operária. Continue e conte com a minha coadjuvação...... Eu, contemplando aquela grande alma, desejei naquele momento ter um poder superior, poder que fosse capaz de dar a vida aquele defunto! O dia 29 de setembro como eu profetizava: - Oliveira Paiva, foi arrebatado do seio da família cearense pela morte, deixando um vácuo, difícil de ser preenchido!”

Em 29 de setembro de 1892, Oliveira Paiva, foi sepultado no cemitério São João Batista em Fortaleza.

Layane Gadelha, Auxiliar Administrativo do Cemitério São João Batista, nos forneceu os dados e fotos do livro, onde consta o registro de seu falecimento:











94 – 29 - Manuel de Oliveira Paiva, cor branca, casado, Capital, Infecção Pulmonar, casado com Tereza Paiva, morto com 30 anos. (Na verdade com 31 anos).







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